sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Como um peru de Natal



Não basta ser Natal, eu tinha que me apaixonar. Não bastava ser encantador, tinha que ser
demolidor. Paixonite aguda, devastação coronária, embrulhos no estômago, choro preso na garganta, Los Hermanos o dia inteiro e um medo extraordinário de nada dá certo.

Eu fui um peru em outras vidas, e nessa só o que eu consegui trazer de outrora foi esse sofrimento antecipado que não se cansa de me dominar. Mas sofrimento por quê, sua louca? Ele não te diz tudo o que qualquer mulher adoraria ouvir? Ele não fala que você é linda e que adora seu jeito de sorrir de lado quando está com vergonha? Então sua neurótica, onde é que o medo entra? Pensamentos ruins atraem coisas ruins, já não basta você ser louca e viver atraindo gente louca?

Você sabe que ele tem um passado de relacionamentos rápidos e uma penca de filhos, que ele já fez de quase tudo nessa vida e que ainda espera uma mulher perfeita – que além de mulher seja motorista também. Você sabe que ele tem o sorriso mais lindo do mundo e o olhar mais sem-vergonha também. Você sabe que talvez pra ele a fidelidade não se defina em quantas bocas ele beija, mas no que ele sente por você.

Queridinha, o scripit já está nas suas mãos, você sabe como ele é; agora você tem que moldá-lo. Ele quer uma mulher? Seja uma mulher, honre nosso nome. Ele quer uma companheira? Seja uma amiga. Você não passou pelo o que já passou para chegar até aqui e dizer que não sabe o que fazer com esse cara, né? Teus 27 anos não foram em vão, meu amor, você já passou por poucas e boas e sabe que está com ele nas mãos.

Se joga que, sabendo fazer, as coisas sempre dão certo. Passo a passo, um de cada vez, mente quieta, coração tranqüilo e focado no que você quer. E sabendo sempre que vez ou outra ele vai te decepcionar, vocês vão entrar em atrito, você vai ouvir "O Vento" 600 vezes por dia... Talvez vocês não durem, talvez ele seja a sua pessoa. Basta esperar, basta saber primeiramente manter o coração batendo no ritmo certo. Por algum motivo ele chegou tão do nada na tua vida e, se for ara ele ficar meu amor, ele vai ficar. Tu sabes disso.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Aprendi em 2011


Coisas que aprendi em 2011

- Que a minha família é a melhor amiga que eu tenho. Quem realmente se importa comigo, quem me dá a mão quando as molas do meu poço estão gastas, quem me ama sem se importar com meus defeitos. A melhor amiga de verdade, a que me faz sentir a maior saudade do mundo e esquecer todos os planos só para estar mais perto.

- Que meus amigos são uma família, mas não são meu tudo. Aprendi que nem todo mundo se doa o suficiente, não se dedica da forma que eu acho que mereço; mas nem por isso meu carinho por eles diminue.

- Que antigos relacionamentos devem permanecer no passado para manter seu encanto, os bons momentos. Tentar reviver é burrice, nunca volta a ser como antes.

- Que o melhor de um namoro conturbado é o término. Ninguém é obrigado a se sentir em guerra e aos frangalhos, nem merece aprender a viver mal.

- Que amizades antigas devem ser preservadas, mas nem todas merecem ser o centro da sua vida - as pessoas mudam e isso as vezes machuca.

- Que por mais que você ache que não dará certo, não custa tentar mais um pouquinho. Ninguém sabe o efeito que palavras boas podem ter.

- Que a distancia só serve para expor sentimentos, bons e ruins.

- Que as pessoas que mais se sentem superior são as mais infelizes, que no fundo sabem que são só e se tornam efusivas no intuito de serem bem aceitas. Geralmente a ficha demora a cair (se cair). Têm delas que passam a vida se enganando ao invés de tentar mudar.

- Que é mais fácil e mais gratificante entregar seu amor a um cachorrinho. Pessoas não valorizam quando você chega, quando você chora, quando você simplesmente sorri.

- Que por mais que se queira desistir de um amor, nem sempre é fácil. Infelizmente eu só aprendi que não é fácil, espero que em 2012 eu aprenda a nao querer mais.

Aprendi várias outras coisas, mas a mais gratificante foi aprender que eu sou o meu melhor espelho, que eu posso o que eu quiser, que não preciso implorar o amor e a consideração de ninguém para ser feliz. Aprendi que, quando Deus está no controle, os sonhos se realizam e a vida é constantemente colorida. Aprendi que o grande segredo é redirecionar nossos melhores sentimentos às pessoas certas, aos momentos exatos e a nós mesmos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Você sabe que eu nunca digo adeus de verdade. Mesmo quando eu bato a porta com força e saio gritando que nunca mais, não é nunca mais. É só até eu contar os dedos das minhas mãos umas mil vezes, até criar coragem pra olhar dentro delas e percebê-las vazias. Você não é meu, mas sempre que admito isso pra mim mesma acabo voltando atrás, abro a porta outra vez e me vejo querendo conquistar qualquer coisa em você que te faça ficar mais um pouquinho.

Quase ninguém entende. Eu nunca gostei de fazer muito sentido. Você com seu ciúme e orgulho desmedido fazem qualquer coisa acontecer em mim e eu perco o controle.

Você gosta de brigar que eu sei. Gosta de me ver pedir desculpas. Gosta de me ver com ciúmes. Tem uma necessidade enorme de ver que não está sentindo sozinho. E eu entro na dança, porque nós acabamos sempre nos resolvendo, com somas que não batem e, ainda assim, são suficientes.

Em outros tempos eu te abandonaria. E se fosse qualquer amiga me contando nossa história, eu diria pra ela cair fora e te deixar pra lá. Você tem esse jeito que não muda e que eu detesto, mas me encanta. E todas as nossas reviravoltas parecem coisa de novela, mas eu gosto. E você não acredita quando eu digo que posso mudar porque sabe bem quando eu estou mentindo. E eu sempre sorrio quando você diz que não é chato porque sei bem o quanto você detesta admitir seus defeitos.

E ainda há que diga que não existe destino. Onde é no mundo que nossos mundos se cruzariam? Você na sua, sempre olhos calmos e distantes. Eu e minha euforia, braços para todos os lados e redes sociais abarrotadas de gente. Somos o tal dos opostos que se atraíram pelo encanto de conhecer o desconhecido. E não há quem me convença de que sem a ajuda do destino eu poderia ter entrado na sua vida e você acampado na minha. Destino virou meu melhor amigo desde então. Mesmo que às vezes eu saia de perto de você para não falar palavras feias e odeie a forma como você sabe que eu sempre acabo voltando com olhos que transparecem arrependimento.

Detesto todas as coisas que você faz comigo e eu acabo perdoando. Me detesto várias vezes por perdoar todas as coisas que você faz comigo. Mas você sabe me olhar como eu espero que um homem me olhe e, como ninguém, sabe me abraçar e me fazer pensar que tudo vai bem. E vai bem mesmo. Comigo ao seu lado, mesmo em guerra, vai tudo na mais santa paz. Sem calmaria nenhuma, mas com a brisa fresca que os amores verdadeiros fazem a gente sentir e ter certeza que será para sempre, mesmo com alguns finais pelo caminho.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cansada, cansando


Você tá tão diferente, tão estranho, parece que não consegue pisar no chão com esse teu ego gigante quando se trata de mim. Apesar dos pesares eu fico me perguntando até onde isso pode ir, até quando você vai insistir em me tratar com essa indiferença mentirosa, sempre pensando que é mais certo do que eu, que nunca fez nada de errado se tratando de nós dois.

Têm umas coisas que já queria ter te falado a algum tempo, mas nunca achei espaço e foi se acumulando. O que me serviu disso tudo é que eu tive uma visão mais detalhada do nosso relacionamento, que automaticamente me permite não tirar conclusões preciptadas.

Porque eu eu te deixei? Hoje eu entendo que não foi por causa de um cara que dizia coisas bonitas no meu ouvido, que não foi porque ele me mandava sms 10 vezes por dia dizendo o quanto eu sou bonita e legal. Não, não foi por isso. Eu te deixei porque quis receber uma atenção que você não me dava. Eu te deixei porque não conseguia viver um namoro dependente dos outros pra tudo, até por uma coisa tão simples como o ato da gente se ver. Eu te deixei porque eu me decepcionei com a forma estranha que você me tratava. Não me tratava mal, só não me tratava como sua namorada.

Desde que te conheci eu queria ser a sua namorada. Um ano depois VOCÊ achou que era a hora, que eu até continuei querendo, mas meu momento era outro. Eu errei pela forma com que tudo aconteceu, confesso, mas eu não carrego essa culpa sozinha, sabe? Você também é responsável por não ter dado certo, apesar de ser mais cômodo jogar a culpa toda em cima de mim.

Depois de tantos tropeços, de ambas as partes, eu continuo querendo ser sua namorada. Não sei o quê, nem o por quê, mas algo em ti não me deixa ir embora sem olhar pra trás, não me permite dizer que eu não quero mais , não me faz não sonhar com você no meu futuro. Mas é triste planejar tanta coisa com você e só receber indiferença, só perceber que você quer me dá um castigo que eu não mereço, que você continue se achando melhor que eu sem embasamento.

Estou cansada da tua falta de atenção, das raras ligações e do teu jeito de falar comigo. Cansada de esperar por chuva em pleno verão, de planejar sem acreditar, de gostar por gostar. A tampa está se enchendo e eu não gosto de nada que não seja felicidade transbordando na minha vida. Não vou mais me permitir sofrer por você, esperar por você, chorar por você... Até que chegará um dia que eu não vou mais escrever pra você, e aí sim, pode ter a certeza que eu te esqueci completamente.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Amy - Uma busca pela paz.


É bem mais que maquiagem borrada, unhas sujas e pele marcada. É muito mais que pó branco no nariz e dentes faltando. É muito além de litros e mais litros de vodca e mídia sensacionalista. É tão mais, tão superior que Amy não agüentou o peso de sua própria luz.

Quem diria que a garota tímida do subúrbio de Londres se tornaria a maior cantora do século com apenas dois discos gravados. Quem diria que aquela judia inquieta teria sua vida marcada por escolhas mal feitas.

Amy Winehouse não foi só mais uma, não viveu para ser apenas uma estatística. Ela abriu a boca e soltou a voz para mostrar para o mundo inteiro que bons talentos sobreviveram ao lixo musical que habitou o mundo nos últimos anos. Ela, que se julgava apenas uma musicista, entoou seu timbre para cuspir na cara dos críticos que o soul, o jazz e o blues não parou em 1920.

Uma estrela que nunca almejou ser estrela, e talvez por isso cegasse diante de sua própria luz. Uma diva que não conseguiu conviver com todo o glamour que a rodeava. Uma artista que não precisava de grandes efeitos de som para mostrar sua voz, de última tecnologia em cima do palco para apresentar um show de verdade. Quando não conseguia cantar não se utilizava de playback, ela simplesmente balbuciava qualquer coisa, mostrando para todo o mundo um pedido de socorro implícito.

Amy tem uma música chamada “Help Yourself”, onde ela dizia que não podia ajudar se a pessoa não queria ajuda, e que essa pessoa podia ter 25 anos, mas parecia ter 16. Em outra música, “Just Friend”, ela diz que precisa arranjar um tempo para serem apenas amigos, mas nunca é seguro porque ela vem bebendo demais. Nessa e em tantas outras canções, Amy implorava ironicamente por ajuda, ria da própria condição e se negava a aceitar que estava derrotada.

Ela cantou sua vida e prenunciou sua morte. Mais do que qualquer pessoa, Amy tinha a mais absoluta certeza que o fim não tardaria. Ela caminhava para ele, talvez em busca de paz. Sim, porque dinheiro nunca significou paz para quem não sabe lidar com ele.

Às vezes as pessoas só buscam um remédio para aliviar uma dor que não sabe como começou e que lateja dentro de si. Uma dor que vem sem motivos aparentes, um vazio que nunca é preenchido, uma falta que nada pode preencher. Isso não é algo que se cure com comida, com remédios, com entorpecentes. Não é algo que possa ser evitado, às vezes tá tudo muito bem daí seu grande amor lhe decepciona e pronto, seu mundo vira de cabeça pra baixo, as coisas saem dos seus lugares e começa a doer, a arder, a ficar tudo muito chato e sem cor.

Ficar de pilequinho é legal, já vi muita gente sair da fossa assim: Toma todas, liga para o ex mandando ele ir se foder e no outro dia tá tudo resolvido, bola pra frente. Outras pessoas ficam naquela ressaca moral, sofre por um tempo e depois passa. Mas tem gente que faz de uma dose um litro, de um litro mais outro, de um fim de semana uma semana, de um cigarro um baseado, de um teco um cachimbo e quando a pessoa se da conta, o bolo de neve tá tão grande que ela deixa como tá, porque voltar pra o que se era é muito complicado. Uma dor, várias dores, todas diferentes. Eu reajo de um jeito, você de outro.

Tudo o que Amy buscou esse tempo todo foi só preencher um vazio que provavelmente ela carregava naquele corpo tão debilitado. A forma que ela optou foi terrível, mas foi terrível para ela. Quantas Amys há por aí e ninguém quer ajudar, porque é mais fácil fechar os olhos? Muitas!

Cada um de nós tem uma válvula de escape, uma saída, um caminho ou seja lá o que for. A gente só quer cessar a dor, seja lá de que forma possamos fazê-lo. Não sou a favor das drogas, mas tomo minhas vodcas e fumo meu cigarrinho. Sou a favor daquilo que te faça bem, que te faça mais feliz. Tem gente que choca porque é diferente. Amy foi assim.

A personalidade mais marcante desse século morreu só, porque ela sempre foi só. Mesmo quando ela estava com tantas outras pessoas ela continuava sozinha, em um mundinho que era particular, que ninguém entrava. E, como uma criança, sempre que caia ela pedia colo. Talvez fosse o único momento em que ela se sentia mais humana, em que ela podia se sentir viva. Mas quem disse que ela queria estar viva?

Eu, como fã inveterada que sempre fui, espero que as pessoas possam conhecer seu trabalho, suas músicas, suas canções. Amy era muito mais que todas aquelas coisas horríveis que vimos por aí. Amy era eu, era você, era qualquer um de nós. A única diferença é que ela buscou a paz onde só existia dor, onde só existia um fim. Espero que agora ela sinta o que tanto buscou se sentir aqui: em paz.

“If I ever leave you can say I told you so. And if I ever hurt you know I hurt myself as well.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do Amigo?


Ontem foi o dia do amigo. Tudo bem eu achar que todo mês inventam um dia para dizer que é o dia do amigo e talz mas, como o Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, eu não faço distinção. Amigo não precisa de um dia para comemorar, para dizer o quanto o outro é parceiro.

Vai ser clichê falar que todo dia é dia do amigo, mas é. Se a gente fosse esperar chegar 20 de julho para poder chorar nossas pitangas, para poder morrer de rir, para poder dizer o quanto o outro nos faz falta, qual o sentido de ser amigo?

Eu tenho poucos amigos e vários colegas. Tenho colegas que gostaria muito que fossem amigos, porque conheço a essência deles e talvez até o caráter. Mas de alguma isso não acontece porque pessoas tão parecidas não se dão tão bem quanto aquelas que têm algo divergente para resolver ou discutir.

Meus amigos, aqueles que eu considero amigos MESMO, não fecham as duas mãos. Eles são as pessoas que eu acordo e durmo pensando, que eu oro a Deus para que continuem ao meu lado, que eu dedico meus melhores sentimentos e que são suficientes para que eu viva bem.

Dentro desses amigos têm os melhores, que invariavelmente são os preferidos. Esses não fecham uma mão. São tão preciosos para mim que as vezes eu penso: “Porra cara, que benção!”. São meus milagres, são meus pés quando eu não consigo andar, minhas mãos quando eu não consigo alcançar, meu coração quando eu já não acredito mais em sentimentos bons. Eles são os amores da minha vida e sabem disso. Eles sentem que são os melhores. Eles sabem que por eles eu ia muito mais longe do que já fui por um grande amor.

Eu sei que sou uma boa amiga, não uso minha modéstia para poder falar sobre isso. Já tive que escolher entre um amigo e um namorado e o namorado virou ex. Já me decepcionei várias vezes com alguns deles – com os melhores então nem se fala. Mas é aí que tá a chave da verdadeira amizade: saber perdoar e aceitar os defeitos de cada um deles. Conviver com as diferenças e saber respeitar isso. Eu também sou diferente e mereço amor do mesmo jeito.

Não sei viver só, preciso ter pessoas boas ao meu lado. E é tão bom dizer EU TE AMO para quem a gente realmente ama. Não teria sentido viver sem meus amigos, não teria razão e não seria necessário. Todos os dias de vida que eu ainda tenho são para fazer felizes meus amigos-amores. Todos os dias de vida que eu ainda tenho são para aprender com eles a sentir melhor, a ver melhor e saber ouvir melhor. Obrigada, de coração, por existirem.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Não é só um cara


Você não é só um cara e eu não quero te esquecer como eu já esqueci outros caras antes.

Você não é só um cara na minha vida. Eu quero que você seja todos os dias da minha história, que não exista mais domingos solitários porque vou estar contigo. Você é meu destino. É o cara. Para mim não existem mais muitos destinos. Só você.

E quer saber? Não és um cara como todos os outros caras, você é diferente, é o meu cara. Você esteve aqui o tempo todo durante esse anos e eu sempre soube. Você não é só um deles, não é uma legião. É um alguém. O meu alguém. Que mais que urgentemente eu tenho vontade de estar perto o tempo todo.

Você é o cara que sabe escolher as boas músicas, que sabe o nome que daria a um filho. Você pode ficar o tempo quiser. Você pode até parecer perdido, mas sabe muito bem aonde ir para se encontrar. E encontra.

Você não é só mais um cara e eu não quero te esquecer como eu esqueci outros caras antes.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Desrespeito ao CIDADÃO

É muito difícil ser jornalista e ter que se manter neutra em um assunto que mexe com você. Eu sou uma jornalista apaixonada por futebol e AMO o Ceará Sporting Club – com muito orgulho. Uso esse blog para escrever coisas minhas, pensamentos, teorias e, sem querer fugir a linha romântica com que levo isso aqui, me vi na obrigação de da minha opinião sobre um assunto que me deixou muito chocada hoje.

Fanatismo. Até onde, seja no meio futebolístico ou em qualquer outro, as pessoas podem agir em nome daquilo que gosta, que torce para desrespeitar o próximo?

Hoje, torcedores do Fortaleza estavam esperando seu vôo Fortaleza-Maceió para assistirem o jogo do time quando se depararam com o meio-campista do Ceará, Geraldo, deixando familiares para embarcar.

Começou um verdadeiro circo de horrores, cheio de gritarias e xingamentos. Pôde-se ouvir “viado”, “macaco”, “urubu”... Pôde-se ver uma tremenda falta de respeito para com o cidadão Geraldo Moreira da Silva Júnior. Torcedores fantasiados de algo que ninguém consegue decifrar, partiam para cima do jogador tentando intimidá-lo, e não se sabe o que aconteceria se os seguranças do aeroporto não tivessem agido de forma a conter os torcedores.

Para quem não sabe, o fanatismo é um estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa. Pessoas fanáticas são agressivas, preconceituosas, individualistas, sem valores. De um modo geral, os fanáticos têm uma visão de mundo maniqueísta, onde o mal reside naquilo e naqueles que contrariam o seu modo de pensar, levando à condutas irracionais e agressivas.

Eu coloquei o vídeo para que vocês possam observar o quão mesquinho, baixo e preconceituoso foi a ação dos torcedores do Fortaleza para com a pessoa do Geraldo. Observem que uma das crianças fica assustada, sem entender o que está acontecendo.

E o mais admirável disso tudo é que nosso “Líder do Bem” agiu com a integridade e o caráter que a torcida daquele time inteira não teve e não tem. Não se deixou abater, não abaixou a cabeça, não revidou. Se isso não for educação, integridade, honra, respeito e hombridade alguém me diga outro nome para tamanha lição.

Organizadores de torcidas, presidentes e conselheiros, ajam! Quando os times estão dentro de campo vale tudo, vale até chamar a mãe do outro de meretriz. Saiu dali pronto, acabou, somos pessoas com direitos iguais e que nosso limite termina quando começa o do nosso próximo.

Uma verdadeira vergonha, que se eu pudesse me expressar e dizer tudo o que essa torcida que não tem nada de organizada merece ouvir, eu diria. Mas nem minha ética e nem minha educação me permitem ser igual à pessoas que não sabem gostar de uma coisa tão bonita que é o futebol.

O vídeo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=afAtHJ8JKUE

terça-feira, 5 de julho de 2011

Você me faz


Você me faz querer escrever. Parece que eu preciso colocar no papel tudo o que eu penso, tudo o que eu sinto pra ver se alguém no mundo é tão feliz por amar alguém assim como eu sou por amar você. Descobrir esse amor me fez me amar ainda mais, com mais fervor. Amor-próprio aqui faz tempo que não falta, mas nada como um sentimento fresquinho para poder acentuar isso.

Não vou dizer toda vez que eu escrever que eu te amo, fica piegas e a frase já é clichê demais para ser usada assim, toda hora. Também não quero banalizar esse sentimento ainda mais, já que as pessoas dizem “eu te amo” para a pessoa que acaba de conhecer. Não que essa pessoa não valha ser a pena ser amada, mas é que o amor se constrói aos poucos, e um belo dia a gente acorda com a certeza dele no coração.

Você me faz querer seguir em frente. E talvez, lendo isso aqui, se pergunte se estou realmente me referindo a ti, porque até eu me surpreendo com tudo isso, com toda essa novidade.

Você faz coisas por mim que nem eu acredito, que nem tu acreditarias.

E do meu jeito eu vou levando, do seu jeito você vai compreendendo. Um dia a gente se analisa e vê que é isso mesmo, que a gente nasceu para ser um do outro. Aliás, a gente não vê, a gente só sela a certeza.

Certeza boa que vive no meu coração e no teu. Talvez a gente faça essa guerrinha de ego pra provar pro mundo que da pra um viver sem o outro, mas o que tá na vontade é o oposto. E a gente faz isso porque nos permitimos conhecer outros corpos, outras bocas, outros cheiros. Nos permitimos só pra termos a certeza que meu lugar é ao seu lado e o seu lugar é ao meu lado.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dois anos


São dois anos, mas parece duas vidas. Falando em vida, a minha nunca mais foi a mesma depois que eu te conheci. Nossos poucos encontros, idas e vindas, ofensas e verdades, palavras não ditas e sentimento reprimido. Pago até hoje por uma escolha mal-feita. E pago caro.

Já disse milhões e vezes que eu me arrependi no momento em que me vi sem você, e gosto de repetir pra ver se você entende a dimensão da coisa toda e volta pra mim. Eu sinto tanta falta de dizer que és MEU namorado.

Eu sei que aos poucos a gente se refaz, mas é um pouco tão demorado, que me machuca tanto... Quantos anos serão preciso pra esse pouco virar um todo? Somos as pessoas mais burras do mundo: eu por não saber esperar e você por não saber se entregar.

Hoje passei o dia ensaiando coisas pra te falar, coisas que eu sei que você sabe, mas que parece que não entende. Uma dessas coisas é que quando eu disse que era melhor do que ela não foi querendo dizer que a minha pessoa é melhor que a pessoa dela, eu não sou assim. O que eu quis dizer foi que eu sou melhor pra você do que ela, que meus sentimentos por você são incomparáveis com os dela e com os de qualquer outra menina que você possa se relacionar.

Não sou a única aqui com defeito de fábrica. Sabe qual o seu problema? Medo. Tem medo de falar, medo de demonstrar, medo de assumir, medo do que os outros vão falar, medo de admitir, medo de apostar de novo, medo de deixar de curtir com seus amigos. Você é um medroso e devia admitir isso.

Até quando vai ser assim? Porque você não manda às favas todo mundo e tenta de novo? Não é nítido que eu sou completamente apaixonada por você e que o mínimo que pode acontecer é a gente se feliz? Qual parte do ‘você não vai se arrepender’ tu não entendestes?

Antes que o avião decole eu queria que você fizesse cena, que me trancasse em um quarto e não deixasse sair por nada. Queria ouvir da sua boca que também é louco por mim e que todas as vezes que a gente se viu e você agiu como um estranho foi só porque ainda tinha mágoas de mim. Queria que me dissesse que eu não estava louca todas as vezes que olhava pra ti e via teus olhos me chamando. Você cresceu em mim de um jeito que nem eu imaginei, nem tu imaginas. Me dei o prazo de mais dois meses, quem sabe eu consigo?

Passei o dia inteirinho ensaiando a melhor forma de dizer uma frase que faz anos que eu não digo pra nenhum rapaz. Mas não existe jeito certo nem ensaiado pra falar pra outra pessoa que você a ama, e eu te amo. Você merece meu amor, você me merece. Assim como eu te mereço.

E é por eu te amar que eu ainda te espero, que eu ainda tenho fé. Porque fé, quando não se tem, se inventa. Por te amar é que eu ainda acredito na gente, que eu tenho certeza que muita água ainda vai rolar.

Se não quer ficar comigo, fique só. Só. Comigo.

“E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”

domingo, 12 de junho de 2011

Só porque você se foi


Não tem uma data especifica para eu sentir saudade de ti. Eu quase nunca choro – seja qual for o motivo, e não é por mal, você sabe, é auto-defesa de um coração cansado. Mas, meio como que se motivos (como se não bastassem todos os existentes) eu desabo. Não é só choro, é falta. Falta de você aqui comigo para pegar na minha mão e me ajudar a passar por tudo isso. Falta do silêncio que você procurava manter perto de mim. As pessoas se acostumaram a gritar comigo só porque você se foi. E não volta.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fake woman


As fotos são lindas, o orkut todo decorado e mais de dez álbuns para comprovar o quanto a vida dela é interessante. Depoimentos fofos e quase mil amigos que mandam diariamente scraps cheios de ursinhos, borboletinhas, fadinhas, coraçõezinhos apaixonantes.

Isso seria tão lindo, tão meigo e tão digno de inveja se ela não fosse uma completa fraude. Se ela não fosse a menina mais vazia e sem conteúdo que eu já conheci na minha vida. Se ela não fosse apenas um corpo humano, vivendo uma vida virtual e só.

Para ela, todos os joguinhos de implicar com a rival, de fazer piada com a rival, de desmerecer a rival, de chamar a rival de feia e até de reparar em como a rival se veste... tudo isso é tão interessante que ela nem reparou que tem muito tempo que a rival não é mais rival.

Ela podia ser bem mais que fotos bonitas, mas não é. Até a inteligência é artificial e nunca se viu nada, nenhum textozinho sequer que ela mesma tenha feito. E que diabos de mulher é essa que não consegue escrever o que se passa com ela? Que raios de mulher é essa que só sabe reproduzir o que ver por aí? Mulher fake.

Falsa. Tudo nela é falso. E logo ela que foi criada para ser uma princesa. Olha só no que se tornou: uma pessoa que vive na internet querendo ser popular... uma pessoa que nunca teve um relacionamento real com alguém que desse certo... uma pessoa que dedicou anos da sua juventude para atingir uma suposta rival... uma pessoa que não conhece a si mesmo.

Ela já foi digna de pena, hoje em dia nem isso mais. É triste ver uma pessoa que sempre teve todas as armas para ser de fato real, viver presa no mundo cibernético fazendo mais o mal do que o bem. O mal para si, o mal para os outros. Piadinhas desagradáveis aqui, comentários maldosos ali e assim é que ela vai seguindo a vidinha medíocre que optou por ter.

Os anos vão passar, ela vai ser uma velha de relacionamentos fracassados, sempre vivendo mais a vida dos outros do que a própria, sempre inventando um mundo onde só existe ela, sempre tendo medo de encarar a realidade. O tempo vai passar, e tudo o que vai continuar fazendo é tendo fantasias em cima de fantasias, sonhos em cima de sonhos que jamais vai conseguir realizar.

Por fim, ao terminar de ler esse texto, vai me chamar de invejosa e dizer para si que eu perdi para ela, que eu sou feia, que eu não me conformo com isso e com aquilo. Ela vai imaginar mil e uma maneiras de tentar me atingir por se sentir ferida com tudo o que leu. Talvez se cale, para mostrar que é superior a tudo isso. Mas um dia, que não tarda, ela vai perder a linha como sempre faz, e vai continuar sendo oca, louca e pouca. Não me meto, cada um escolhe como quer viver.

Nota da autora: Esse texto foi feito para a pessoa mais mal amada que eu conheço, para a pessoa mais infeliz e descompensada que existe. Para pessoa mais fake que você possa imaginar. Para pessoa que se tranca no banheiro pra tirar fotos e confirmar o quão vã é sua sabedoria. Mas espera... Que sabedoria? Oca!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Desencontros de vidas


O que eu escrevo hoje ninguém vai entender. Talvez só eu. Você. E corações que vieram de outras vidas. De outros mundos. De um sonho. De anos que nem me lembro. Seus olhos pararam em mim em 1516. Éramos ingleses e eu dançava com um vestido vermelho que vagamente tampava meu corpo. Seu olhar desvendava meu decote e você – ternamente – convidou-me a viver sua vida. Fui, corajosa que sempre vivi, embriagada por seu cheiro. Embalada por sua voz que me prometia uma dança. Eu – que tanto acreditava em sonhos e amores-perfeitos - fugi de um destino infeliz e te encontrei. Fui feliz. Fui triste. Te perdi. Me encontrei. Assim é a vida.

Hoje acordo. O sol lá fora dá o ar da graça. Nenhum clima europeu paira no ar. Estou no Brasil, em pleno mês de setembro, no meu quarto que mais parece um conto de fadas moderno. O ano? 2006. Era da internet, da música eletrônica, da tv a cabo, da liberdade sexual (muito teoricamente falando). Época da falta de tempo, de Mac Donald’s, de mini-celulares, de silicone e dos desejos a flor da pele. O amor não acabou, a vida não melhorou. Nem piorou. Estamos na mesma: há muitas vantagens e desvantagens de vivermos nesse milênio. Hoje sou Monalisa. Não sou Mirela, nem a Odara que talvez tenha sido um dia. Vivi com nome cigano, em algum engano (ou sonho meu), trazendo comigo uma sensação que não me deixa. Você que não me deixa. Nós que sempre nos procuramos e sempre nos perdemos.

Há tempos já te conheço. Hoje sei seu nome. Não uso mais vermelho. Não danço mais em tabernas. Mas continuo corajosa. Continuo ousando. Continuo escrevendo minha vida. Continuo dançando.
Continuo te amando.
Mas os tempos mudaram. Mudaram-se os espaços, os sonhos. O que faremos com o que sabemos de nós? Ainda não sei.

Um ano é toda nossa vida


Foi num dia de chuva, nublado, que Monalisa acordou para o mundo.
Viu que não dava mais para continuar vivendo de passado. O presente é o que importa. Agora tomada a decisão, é preparar a mente, o espírito, o corpo, para essa nova fase. Afinal, quase vinte e oito anos são quase vinte e oito anos. Ela mesma já havia escrito: um ano é toda a nossa vida.

domingo, 29 de maio de 2011

Eu amava quem você ERA!


É estranho falar em você como se tivesse morrido, ou ido embora pra nunca mais voltar, ou ser como é: não fazer mais parte da minha vida, dos meus dias.

Todas as outras vezes que a gente brigou ou deixou de se falar eu sabia o motivo, eu sabia quando tinha errado e tinha que pedir desculpa e quando você tinha errado e tinha que aguardar suas desculpas. E o que mais me chateou dessa vez, sinceramente, foi a sua falta de consideração em optar por se afastar sem nem ao menos me dizer o por quê. E logo você, que sempre falou tanto de consideração.

A primeira semana sem receber suas ligações me deixou desnorteada, porque tudo o que eu via na novela eu queria te ligar e comentar. Toda vez que eu queria rir da cara de alguém eu senti a falta de poder te colar alguma coisa no MSN. Faltava você sabe? Faltava a minha pessoa, faltava um pedaço de mim. E o que me deixou mais ainda sem entender nada do que estava acontecendo foi que, apesar de saber que não tinha feito nada que pudesse ocasionar tal reação sua, eu te procurei. E você me tratou com uma frieza sem tamanho.

Nas outras semanas que seguiram, eu também senti falta. Mas fui muito segura das minhas convicções: como uma pessoa que se diz ser o que é, representar o que representa na minha vida simplesmente some, sem nem ao menos me dizer o motivo? Se você foi tão cruel ao ponto de agir assim, porque eu não posso ser sensata e optar por não mais querer você na minha vida? Eu fui obrigada a querer isso, você não me deixou escolhas.

E sim, eu não sinto mais a sua falta. Eu lembro com saudade de todos os momentos que nós vivemos. Eu lembro com um dor enorme no meu peito aquela amizade que fazia todo mundo acreditar que era possível acreditar nas pessoas. Eu sinto falta da pessoa que você era, da pessoa que eu conheci e que eu amei até aquela segunda-feira. De lá pra cá você não me interessa mais. Se você me tirou da sua vida de uma forma tão simples, porque eu devo ter dedos ao dizer que eu não amo a pessoa que você é hoje? Eu não amo.

Você mudou muito, e eu não entendo por quê. No fim das contas tudo vai voltar a ser como era na sua vida, e talvez você só não tenha a mim. Mas nunca faça com a sua próxima melhor amiga o que você fez comigo. Quando quiser sumir da vida de alguém, diga pelo menos porque que está indo embora. E é isso que mais me magoou, o fato de você não ter dito nada. O fato de você ter agido como se eu fosse obrigada a saber por que estava acontecendo tudo aquilo. Se era alguma carapuça, acho que você pode ver que eu não vesti, porque até hoje eu fico sem saber o que dizer quando perguntam por nós duas.

Você sabe que meu negócio é escrever, mas eu estava disposta a falar também – pra você ver até onde chegamos. E eu queria que você soubesse que nada do que a gente viveu foi em vão, tudo vai servir de aprendizado. Pena que eu não te conhecia bastante e não pude prever uma reação tão contrária a todos os anos que estivemos lado a lado.

E eu vou sentir saudades, você sabe disso. Eu sinto saudade. Mas eu não quero mais você na minha vida. Acho que é a pior dor de separação que eu já tive estando as duas pessoas vivas. Sabe-se lá o que é amar e não querer mais, o que é lembrar aquela música e não ter mais com quem sorrir pensando no que já passou... Mas isso também passa.

Foi eterno enquanto durou. E foi lindo, né? Causamos inveja em muita gente, e talvez tenha sido essa inveja que atrapalhou nossa amizade. Nunca mais será igual pra mim, nunca mais vai existir alguém como você. Talvez pior, talvez bem melhor... Mas igual, certinho no meu aro, eu sei que não vai mais existir.

Eu amava a pessoa que você era. Deus sabe o quanto eu amava.

sábado, 21 de maio de 2011

Y


Eu coloquei Exaltasamba para poder falar sobre você. Não sei por que, mas eu lembro de você quando escuto o Thiaguinho cantar, e talvez por isso eu disse que não achava justo você ir ao show semana que vem sem mim. Acho tão nossa cara, sabe? Tão a cara do que eu nunca vivi contigo, tão a cara do que eu planejo para nós dois. Fico imaginando nós dois ouvindo “Um Minuto” e olhando instantaneamente um para o outro quando nos dermos conta de que é a nossa cara.

Queria eu pensar em você só quando escuto Exalta. Acontece que você chegou sem nem bater na porta, já colocando os pés em cima da mesa e pedindo uma dose de vodca. Você se vestiu com sua melhor cantada e fez com que meu coração – completamente desarmado – se rendesse, sem chances de revidar.

Faz dois meses que eu estou querendo escrever sobre você, mas todo dia eu vou deixando passar, pra ver se eu esqueço, pra tentar não parecer tão importante. Mas não tá dando, sabe? Eu vejo aquela plaquinha no MSN subindo e me dá vontade de pegar um avião só para poder te abraçar e me sentir protegida. Eu tenho impressão que vai encaixar, que vai da certo, que vai ser como eu imagino e não como você pensa.

Eu adoro você. Foi o sentimento mais rápido, mas urgente que eu já senti. Sonho com você, tenho saudade de momentos que ainda não existiram, sinto teu cheiro sem nem saber qual é. Você está em mim o tempo todo e, sem ter consciência, me fez tomar decisões que eu jamais tive coragem, me fez bater o pé na parede e fazer o que meu coração tá mandando.

Se eu queria que fosse diferente? Sim, eu queria. Sou macaca velha, eu sei suas falhas, sei como você reage à certas situações e sei que não sabe o que fazer absolutamente nada com relação á outras. Você se diz maduro mas não é, você não sabe o que quer. E mesmo dizendo que me quer, que tá esperando por mim, que quer viver comigo o que ainda não viveu... Apesar de todos os planos que VOCÊ fez, tem um pezinho meu sempre atrás com você, e sabes disso.

Me perguntam se eu quero que você mude. Não. Mudar o que? Durante todo esse tempo você só errou comigo uma vez – feio, admito – mas nada que eu também não fizesse. Não é porque sou eu que estou abrindo meu coração e dizendo aqui que eu sou louca por ti que eu vou me isentar de qualquer defeito. Isso não existe. Eu sou tão falha quanto qualquer outra pessoa e, pra ser BEM sincera, tem certas coisas no meu passado que eu não me orgulho. Ser humano é também errar.

O quanto eu espero disso tudo? Cerca de 75% de chances para dá certo. 10% de cada para a possibilidade de um não gostar do outro e 5% do acaso. E porque tanta confiança? Porque eu nunca fui tão confiante de mim mesma em tão pouco tempo dentro de um relacionamento. Porque eu nunca me senti tão segura como eu me sinto com você. Porque nenhum homem foi capaz de me fazer sonhar tão alto como você está fazendo. E ao contrário do que você diz, eu não sou uma pessoa pessimista; não sou. Eu aposto tanto em você que talvez nem você acredite que uma pessoa pudesse apostar tão alto. Mas fazer o que se eu me apaixonei por essa tua cara de mau e esse sorriso lindo?

Preciso ir... Você tá me chamando do MSN. Brigada por ter chegado até aqui comigo. As vezes brigando, as vezes me chamando de chata e bruta rsrsrs, mas sempre comigo. Eu to chegando, e vai ser como a gente sonhou.

“Quando te conheci minha vida mudou pra melhor, eu voltei a sorrir, a um tempo atrás eu tava na pior. Não sei o que eu fiz pra merecer tanto carinho assim, se hoje estou feliz é porque você está perto de mim. E não da pra disfarçar e quem olhar vai perceber que eu sou seu, de mais ninguém. Te amo tanto e sinto que me ama também. Nós nascemos um pro outro e não da pra resistir, quando tocamos um ao outro amor igual eu nunca vi. Eu fico como se tivesse só você para pensar. É uma loucura, a gente esquece, não tem hora e nem lugar.”

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Essa distância


Tem muitas coisas nessa minha vida que eu gostaria MUITO de entender, mas a que ganha em disparada é querer saber por que eu sou um peso tão grande pra ti.

Eu juro juradinho que não é ciúmes, que não é despeito, que não é nenhum sentimento ruim, é só dúvida, questionamento. Porque comigo as coisas são sempre mais difíceis? Porque quando é alguma coisa pra mim tem sempre que ser em meio à brigas e discussões? Por mais que eu fale baixo e como qualquer outra pessoa falaria, você sempre interpreta que aquilo é uma afronta. Uma afronta... rsrs Você é uma das pessoas que eu conheço que é mais afrontada dia-a-dia e deve achar isso muito bonito, porque NUNCA fez nada pra mudar.

Vamos analisar os fatos? Bom, quem usa de uma situação para tentar induzir às pessoas que outra precisa de um tratamento psicológico e psiquiátrico (principalmente esse)? Quem não tem coragem de enfrentar a realidade das coisas e dá a outra face pra bater? Quem vive inventando doenças para justificar todos os atos? Veja, não é legal fazer isso. Sabe porque eu quero tanto distância? Porque eu não agüento mais, porque a convivência se tornou difícil e eu não estou disposta a mudar minha forma de agir e pensar só porque você acha que tem alguma coisa errada comigo.

Deve ter alguma coisa errada com você! Acho que de um bebê mimado você se viu já gente, tendo que ter responsabilidade, tendo que assumir coisas que você nunca desejou. Uma criança não é um brinquedo que se pode doar, e tudo na vida tem conseqüências. Suas escolhas lhe fizeram quem você é hoje, não adianta jogar para qualquer pessoa que seja suas frustrações, porque não vai ter resultado nenhum.

Antes eu até que me sentia bem culpada pelas situações que VOCÊ criava. Hoje eu finalmente percebi que nunca precisei de ti pra nada, não é agora que eu vou precisar. Minhas verdades eu sei, não preciso que você faça montins com outras pessoas para me analisar – não sou experiência.

Eu queria te mandar às favas com todo teu falso-moralismo, com toda essa simpatia que você distribui pra todo mundo e, quando se vira para mim é com pedras nas mãos. Queria mandar pra China essa tua coisa de querer agradar todo mundo, menos eu. Será que eu estou louca como você vive insinuando? Será que eu esperei amor demais de uma pessoa que nunca teve esse amor?

Cada dia eu me sinto mais distante de você, e o que era para ser uma coisa ruim, da qual eu não me orgulhasse e me sentisse mal por isso, não tem significado concreto nenhum. Só as vezes que eu acho que você poderia agir diferente comigo, mas agora não importa mais, você conseguiu que eu não quisesse mais aproximação.

Veja as coisas mudarem esses dias que virão, veja como não é preciso morrer para perder.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sorte nossa


Sempre fui geniosa. Opinião forte, do tipo que defende quem ama e não leva desaforo para casa. Quando gosto fica estampado na minha cara. E quando não gosto meu sorriso não sabe usar máscara. Por mais que eu tente não consigo disfarçar. Quando vejo estou fazendo, ainda que sem querer, caras, bocas e caretas. É quase impossível controlar.

Nunca fui de beijar qualquer um. Sempre respeitei minha boca e meus sentimentos. As paixões iam e vinham rápido demais. Não me prendia a ninguém. Gostava do agito, do flerte, da sensação de seduzir, do poder. Acho que toda mulher tem esse lado: a gente quer ser diva, deusa, idolatrada, desejada. Faz parte do universo feminino. Os homens querem conquistar, nós queremos o desejo. A gente quer o desejo deles. Eles querem despertar o desejo. Dupla dinâmica: junta a fome e a vontade de devorar cada pedacinho.

Um dia me apaixonei loucamente. Não era amor, hoje eu sei. E hoje eu sei porque virei outra pessoa. Acho que o amor de verdade faz a gente se encontrar, se aceitar, dizer sim para o outro e para o espelho. Amor inventado, de mentirinha, de momento serve pra gente se transformar em alguém que não é. Difícil entender? Também acho, por isso precisei viver. Como eu já disse, as experiências dos outros nunca me serviram de lição, preciso cair, dar com a cara no paralelepípedo, me ralar inteira. Só assim aprendo, só assim consigo entender todas as partes do quebra-cabeça. Porque a vida da gente é isso: pecinha que junta em outra pecinha. E tudo vai tomando forma, tudo vai fazendo algum sentido (será?).

Então me apaixonei. É, eu tava apaixonada. Naquela época eu escrevia muito, uma necessidade horrenda de colocar tudo pra fora, de fazer ele entender meu quase amor. Eu passei a não fazer as coisas que gostava. Se ele gostava de rock eu gostava de rock. Se ele gostava de Paris ou Renda nas unhas, eu pintava de Paris ou Renda. Logo eu, que sempre gostei de cores escuras. Se ele gostava de morenas eu pintava o cabelo. Logo eu, que tenho a pele clara, sou sardenta e tenho cabelo claro. Se ele não gostava de decotes eu saía na rua vestida de astronauta. E assim fui indo. E um dia me olhei no espelho: cadê eu? Me perdi no meio de tudo, no meio dele, no meio de mim, no meio da história, no meio desse amor de mentira. Aquilo era irreal. Mas meu peito doía. Meu coração chorava. Eu sofria inteira. Inteirinha.

Cada vez que ele dizia vem eu ia. A cada palavra áspera dele eu me tornava mais e mais infeliz. E o pior de tudo é que gostava de ir me afundando nessa infelicidade. Me agarrava em momentos felizes, que eram raros. Só que eram bons. A gente tem a estranha tendência de ficar colada na parte boa. A memória nos trai. É difícil aceitar as coisas como são, colocar na balança e ver: me faz mais mal ou mais bem? O que ganha nessa conta maluca? É difícil tirar os óculos de coração e ver a vida como é, sem tempero, sem sal, sem mostarda, sem gosto nenhum: crua. E eu tinha medo, muito medo de perder ele. Podia me perder, mas perder ele estava fora de cogitação. Enlouqueci. Escrevi cartas. Bilhetes. Liguei. Chorei. Implorei. Pedia pelo amor de Deus, não me trata assim. Pelo amor de Deus, fica comigo. Pelo amor de Deus, me ouve. Pelo amor de Deus, vamos fazer dar certo, juro que pinto as unhas de Renda ou Paris, esqueço o decote, nunca mais falo palavrão, sim, pois moça de família não fala palavrão, nem tem opinião, é mandada pelo homem e acha tudo muito natural, meu senhor. Prometo ser a Amélia perfeita. Prometo não brigar, não ser eu mesma, não ter ataque. Pelo amor de Deus, não me deixa aqui sozinha.

Então ele casou. Com outra. E eu bebi uma garrafa de champanhe inteira. Da boa, porque tomar trago com bebida sem qualidade dá uma dor de cabeça maluca. Eu bebi, chorei, bebi, chorei, chorei e bebi. Tive a fase da raiva, da saudade, dos questionamentos. Por quê? Por que todo mundo tem um amor, um emprego, é feliz e eu sou uma azarada? Por que tem tanta gente cretina no mundo e eu, logo eu, sou tão legal com todo mundo e só me ferro? Por que a vida é tão injusta? Por que tudo que eu faço não dá certo? Depois dessas fases, tive a fase de brincar de estátua. Sim, a gente vira estátua. Não tem muita vontade de sair, de se divertir, de rir, de brincar, de nada. Normalmente é aquela fase das músicas bregas e filmes de chorar. Se é pra sofrer que seja com elegância, nada de limpar o nariz e secar lágrimas com papel toalha, vamos usar lencinho de papel. É mais suave e não irrita o nariz.

Demorou um tempo, mas passei a me enxergar. Primeiro, comecei a me valorizar mais. Segundo, fiz as pazes com meu espelho. Terceiro, descobri que quem me ama tem que gostar de cada pedaço podre meu. Eu tenho, você tem, todo mundo tem. A gente ama quando aceita o lado ruim do outro. Aceitar as qualidades é tão fácil. Na hora de conviver com cada defeito o bicho pega. E pega de jeito. Vi que não posso querer agradar. Vi que a minha melhor amiga sou eu. Vi que quem gosta de mim tem que me aceitar. A palavra é essa: aceitação. E pra começar qualquer coisa a gente precisa ter orgulho de quem é. Quando eu aceitei tudo isso e me encarei de frente, encontrei um barbudo de olhos verdes. Ele se transformou no amor da minha vida. E também não gosta de Paris ou Renda. Sorte a minha, sorte a nossa.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A saudade


A saudade é uma separação que inventou o casamento.

Não é reencontrando meu amor que desfaço o mal-estar de ter estado longe. Ainda que seja uma hora, um dia, uma semana.

Sentir saudade agora é sentir as saudades de minha vida com ele.

Saudade é uma experiência que não termina de terminar.

Com a saudade, não sinto falta dela, mas do que sou com ele.

Saudade é vaidade. Lamento a própria ausência, apesar de parecer preocupado com a ausência dele.

Saudade é o luto do meu pensamento, a morte do meu pensamento. É nunca mais pensar como solteiro; é pensar como casado daqui por diante. Jurarei que minha risada é mais extravagante em sua companhia, de que sou mais elegante em seus ombros, de que o mundo gosta de nos ver abraçados.

Saudade é não se bastar mais, é depender de alguém para continuar sendo. Depender de alguém até para deixar de ser.

Com a saudade, finjo que me preocupo com meu amado, mas é apenas um jeito de me preocupar comigo. Ele não está mais perto para me melhorar, me antecipar.

Não é que posso perdê-lo, eu é que posso me perder longe do que já fui com ele.

Saudade é uma soma daquilo que não somos quando o outro se afasta e daquilo que somos quando o outro está junto. É a certeza de nossa insuficiência. Representa um desfalque da personalidade. Passo a me dar conta de que somente existo para me exibir à ele. Isolada, tenho a sensação de engano, de boicote, de que não nasci inteiro, de que não morrerei inteiro. Minhas palavras ficam tímidas; meu rosto, desafinado.

Saudade é imaginar por dois não sendo mais nenhum. É agir solitário no plural.

Não é uma generosidade, mas seu contrário: um profundo egoísmo; não queremos que amado se distancie para que ele não descubra nossa desimportância. No fundo, é o medo de que a nossa companhia não sinta saudade. O receio do fim. A primeira histeria. A primeira crise de nervosismo.

Saudade é uma covardia corajosa, uma ansiedade cheia de paciência, uma preocupação despreocupada. É se ofender elogiando outro, é se elogiar ofendendo o outro.

Saudade é uma antecipação do abandono. Uma despedida provisória que dói igual a um desenlace definitivo. É um aceno que não entrega a mão ao ar, um cumprimento que não fecha os dedos.

A saudade é acordar na sexta como se fosse sábado. É vestir nossa roupa predileta para permanecer em casa. É arrumar a cama para dormir no sofá.

A saudade surge antes da saudade. Definimos dentro do fato qual será a lembrança de que sentiremos saudade. Sentimos saudade no meio da experiência.

Saudade é uma alegria entristecendo.

Porque toda alegria só será definitiva depois da saudade. Depois da tristeza.