segunda-feira, 25 de julho de 2011

Amy - Uma busca pela paz.


É bem mais que maquiagem borrada, unhas sujas e pele marcada. É muito mais que pó branco no nariz e dentes faltando. É muito além de litros e mais litros de vodca e mídia sensacionalista. É tão mais, tão superior que Amy não agüentou o peso de sua própria luz.

Quem diria que a garota tímida do subúrbio de Londres se tornaria a maior cantora do século com apenas dois discos gravados. Quem diria que aquela judia inquieta teria sua vida marcada por escolhas mal feitas.

Amy Winehouse não foi só mais uma, não viveu para ser apenas uma estatística. Ela abriu a boca e soltou a voz para mostrar para o mundo inteiro que bons talentos sobreviveram ao lixo musical que habitou o mundo nos últimos anos. Ela, que se julgava apenas uma musicista, entoou seu timbre para cuspir na cara dos críticos que o soul, o jazz e o blues não parou em 1920.

Uma estrela que nunca almejou ser estrela, e talvez por isso cegasse diante de sua própria luz. Uma diva que não conseguiu conviver com todo o glamour que a rodeava. Uma artista que não precisava de grandes efeitos de som para mostrar sua voz, de última tecnologia em cima do palco para apresentar um show de verdade. Quando não conseguia cantar não se utilizava de playback, ela simplesmente balbuciava qualquer coisa, mostrando para todo o mundo um pedido de socorro implícito.

Amy tem uma música chamada “Help Yourself”, onde ela dizia que não podia ajudar se a pessoa não queria ajuda, e que essa pessoa podia ter 25 anos, mas parecia ter 16. Em outra música, “Just Friend”, ela diz que precisa arranjar um tempo para serem apenas amigos, mas nunca é seguro porque ela vem bebendo demais. Nessa e em tantas outras canções, Amy implorava ironicamente por ajuda, ria da própria condição e se negava a aceitar que estava derrotada.

Ela cantou sua vida e prenunciou sua morte. Mais do que qualquer pessoa, Amy tinha a mais absoluta certeza que o fim não tardaria. Ela caminhava para ele, talvez em busca de paz. Sim, porque dinheiro nunca significou paz para quem não sabe lidar com ele.

Às vezes as pessoas só buscam um remédio para aliviar uma dor que não sabe como começou e que lateja dentro de si. Uma dor que vem sem motivos aparentes, um vazio que nunca é preenchido, uma falta que nada pode preencher. Isso não é algo que se cure com comida, com remédios, com entorpecentes. Não é algo que possa ser evitado, às vezes tá tudo muito bem daí seu grande amor lhe decepciona e pronto, seu mundo vira de cabeça pra baixo, as coisas saem dos seus lugares e começa a doer, a arder, a ficar tudo muito chato e sem cor.

Ficar de pilequinho é legal, já vi muita gente sair da fossa assim: Toma todas, liga para o ex mandando ele ir se foder e no outro dia tá tudo resolvido, bola pra frente. Outras pessoas ficam naquela ressaca moral, sofre por um tempo e depois passa. Mas tem gente que faz de uma dose um litro, de um litro mais outro, de um fim de semana uma semana, de um cigarro um baseado, de um teco um cachimbo e quando a pessoa se da conta, o bolo de neve tá tão grande que ela deixa como tá, porque voltar pra o que se era é muito complicado. Uma dor, várias dores, todas diferentes. Eu reajo de um jeito, você de outro.

Tudo o que Amy buscou esse tempo todo foi só preencher um vazio que provavelmente ela carregava naquele corpo tão debilitado. A forma que ela optou foi terrível, mas foi terrível para ela. Quantas Amys há por aí e ninguém quer ajudar, porque é mais fácil fechar os olhos? Muitas!

Cada um de nós tem uma válvula de escape, uma saída, um caminho ou seja lá o que for. A gente só quer cessar a dor, seja lá de que forma possamos fazê-lo. Não sou a favor das drogas, mas tomo minhas vodcas e fumo meu cigarrinho. Sou a favor daquilo que te faça bem, que te faça mais feliz. Tem gente que choca porque é diferente. Amy foi assim.

A personalidade mais marcante desse século morreu só, porque ela sempre foi só. Mesmo quando ela estava com tantas outras pessoas ela continuava sozinha, em um mundinho que era particular, que ninguém entrava. E, como uma criança, sempre que caia ela pedia colo. Talvez fosse o único momento em que ela se sentia mais humana, em que ela podia se sentir viva. Mas quem disse que ela queria estar viva?

Eu, como fã inveterada que sempre fui, espero que as pessoas possam conhecer seu trabalho, suas músicas, suas canções. Amy era muito mais que todas aquelas coisas horríveis que vimos por aí. Amy era eu, era você, era qualquer um de nós. A única diferença é que ela buscou a paz onde só existia dor, onde só existia um fim. Espero que agora ela sinta o que tanto buscou se sentir aqui: em paz.

“If I ever leave you can say I told you so. And if I ever hurt you know I hurt myself as well.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do Amigo?


Ontem foi o dia do amigo. Tudo bem eu achar que todo mês inventam um dia para dizer que é o dia do amigo e talz mas, como o Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, eu não faço distinção. Amigo não precisa de um dia para comemorar, para dizer o quanto o outro é parceiro.

Vai ser clichê falar que todo dia é dia do amigo, mas é. Se a gente fosse esperar chegar 20 de julho para poder chorar nossas pitangas, para poder morrer de rir, para poder dizer o quanto o outro nos faz falta, qual o sentido de ser amigo?

Eu tenho poucos amigos e vários colegas. Tenho colegas que gostaria muito que fossem amigos, porque conheço a essência deles e talvez até o caráter. Mas de alguma isso não acontece porque pessoas tão parecidas não se dão tão bem quanto aquelas que têm algo divergente para resolver ou discutir.

Meus amigos, aqueles que eu considero amigos MESMO, não fecham as duas mãos. Eles são as pessoas que eu acordo e durmo pensando, que eu oro a Deus para que continuem ao meu lado, que eu dedico meus melhores sentimentos e que são suficientes para que eu viva bem.

Dentro desses amigos têm os melhores, que invariavelmente são os preferidos. Esses não fecham uma mão. São tão preciosos para mim que as vezes eu penso: “Porra cara, que benção!”. São meus milagres, são meus pés quando eu não consigo andar, minhas mãos quando eu não consigo alcançar, meu coração quando eu já não acredito mais em sentimentos bons. Eles são os amores da minha vida e sabem disso. Eles sentem que são os melhores. Eles sabem que por eles eu ia muito mais longe do que já fui por um grande amor.

Eu sei que sou uma boa amiga, não uso minha modéstia para poder falar sobre isso. Já tive que escolher entre um amigo e um namorado e o namorado virou ex. Já me decepcionei várias vezes com alguns deles – com os melhores então nem se fala. Mas é aí que tá a chave da verdadeira amizade: saber perdoar e aceitar os defeitos de cada um deles. Conviver com as diferenças e saber respeitar isso. Eu também sou diferente e mereço amor do mesmo jeito.

Não sei viver só, preciso ter pessoas boas ao meu lado. E é tão bom dizer EU TE AMO para quem a gente realmente ama. Não teria sentido viver sem meus amigos, não teria razão e não seria necessário. Todos os dias de vida que eu ainda tenho são para fazer felizes meus amigos-amores. Todos os dias de vida que eu ainda tenho são para aprender com eles a sentir melhor, a ver melhor e saber ouvir melhor. Obrigada, de coração, por existirem.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Não é só um cara


Você não é só um cara e eu não quero te esquecer como eu já esqueci outros caras antes.

Você não é só um cara na minha vida. Eu quero que você seja todos os dias da minha história, que não exista mais domingos solitários porque vou estar contigo. Você é meu destino. É o cara. Para mim não existem mais muitos destinos. Só você.

E quer saber? Não és um cara como todos os outros caras, você é diferente, é o meu cara. Você esteve aqui o tempo todo durante esse anos e eu sempre soube. Você não é só um deles, não é uma legião. É um alguém. O meu alguém. Que mais que urgentemente eu tenho vontade de estar perto o tempo todo.

Você é o cara que sabe escolher as boas músicas, que sabe o nome que daria a um filho. Você pode ficar o tempo quiser. Você pode até parecer perdido, mas sabe muito bem aonde ir para se encontrar. E encontra.

Você não é só mais um cara e eu não quero te esquecer como eu esqueci outros caras antes.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Desrespeito ao CIDADÃO

É muito difícil ser jornalista e ter que se manter neutra em um assunto que mexe com você. Eu sou uma jornalista apaixonada por futebol e AMO o Ceará Sporting Club – com muito orgulho. Uso esse blog para escrever coisas minhas, pensamentos, teorias e, sem querer fugir a linha romântica com que levo isso aqui, me vi na obrigação de da minha opinião sobre um assunto que me deixou muito chocada hoje.

Fanatismo. Até onde, seja no meio futebolístico ou em qualquer outro, as pessoas podem agir em nome daquilo que gosta, que torce para desrespeitar o próximo?

Hoje, torcedores do Fortaleza estavam esperando seu vôo Fortaleza-Maceió para assistirem o jogo do time quando se depararam com o meio-campista do Ceará, Geraldo, deixando familiares para embarcar.

Começou um verdadeiro circo de horrores, cheio de gritarias e xingamentos. Pôde-se ouvir “viado”, “macaco”, “urubu”... Pôde-se ver uma tremenda falta de respeito para com o cidadão Geraldo Moreira da Silva Júnior. Torcedores fantasiados de algo que ninguém consegue decifrar, partiam para cima do jogador tentando intimidá-lo, e não se sabe o que aconteceria se os seguranças do aeroporto não tivessem agido de forma a conter os torcedores.

Para quem não sabe, o fanatismo é um estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa. Pessoas fanáticas são agressivas, preconceituosas, individualistas, sem valores. De um modo geral, os fanáticos têm uma visão de mundo maniqueísta, onde o mal reside naquilo e naqueles que contrariam o seu modo de pensar, levando à condutas irracionais e agressivas.

Eu coloquei o vídeo para que vocês possam observar o quão mesquinho, baixo e preconceituoso foi a ação dos torcedores do Fortaleza para com a pessoa do Geraldo. Observem que uma das crianças fica assustada, sem entender o que está acontecendo.

E o mais admirável disso tudo é que nosso “Líder do Bem” agiu com a integridade e o caráter que a torcida daquele time inteira não teve e não tem. Não se deixou abater, não abaixou a cabeça, não revidou. Se isso não for educação, integridade, honra, respeito e hombridade alguém me diga outro nome para tamanha lição.

Organizadores de torcidas, presidentes e conselheiros, ajam! Quando os times estão dentro de campo vale tudo, vale até chamar a mãe do outro de meretriz. Saiu dali pronto, acabou, somos pessoas com direitos iguais e que nosso limite termina quando começa o do nosso próximo.

Uma verdadeira vergonha, que se eu pudesse me expressar e dizer tudo o que essa torcida que não tem nada de organizada merece ouvir, eu diria. Mas nem minha ética e nem minha educação me permitem ser igual à pessoas que não sabem gostar de uma coisa tão bonita que é o futebol.

O vídeo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=afAtHJ8JKUE

terça-feira, 5 de julho de 2011

Você me faz


Você me faz querer escrever. Parece que eu preciso colocar no papel tudo o que eu penso, tudo o que eu sinto pra ver se alguém no mundo é tão feliz por amar alguém assim como eu sou por amar você. Descobrir esse amor me fez me amar ainda mais, com mais fervor. Amor-próprio aqui faz tempo que não falta, mas nada como um sentimento fresquinho para poder acentuar isso.

Não vou dizer toda vez que eu escrever que eu te amo, fica piegas e a frase já é clichê demais para ser usada assim, toda hora. Também não quero banalizar esse sentimento ainda mais, já que as pessoas dizem “eu te amo” para a pessoa que acaba de conhecer. Não que essa pessoa não valha ser a pena ser amada, mas é que o amor se constrói aos poucos, e um belo dia a gente acorda com a certeza dele no coração.

Você me faz querer seguir em frente. E talvez, lendo isso aqui, se pergunte se estou realmente me referindo a ti, porque até eu me surpreendo com tudo isso, com toda essa novidade.

Você faz coisas por mim que nem eu acredito, que nem tu acreditarias.

E do meu jeito eu vou levando, do seu jeito você vai compreendendo. Um dia a gente se analisa e vê que é isso mesmo, que a gente nasceu para ser um do outro. Aliás, a gente não vê, a gente só sela a certeza.

Certeza boa que vive no meu coração e no teu. Talvez a gente faça essa guerrinha de ego pra provar pro mundo que da pra um viver sem o outro, mas o que tá na vontade é o oposto. E a gente faz isso porque nos permitimos conhecer outros corpos, outras bocas, outros cheiros. Nos permitimos só pra termos a certeza que meu lugar é ao seu lado e o seu lugar é ao meu lado.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dois anos


São dois anos, mas parece duas vidas. Falando em vida, a minha nunca mais foi a mesma depois que eu te conheci. Nossos poucos encontros, idas e vindas, ofensas e verdades, palavras não ditas e sentimento reprimido. Pago até hoje por uma escolha mal-feita. E pago caro.

Já disse milhões e vezes que eu me arrependi no momento em que me vi sem você, e gosto de repetir pra ver se você entende a dimensão da coisa toda e volta pra mim. Eu sinto tanta falta de dizer que és MEU namorado.

Eu sei que aos poucos a gente se refaz, mas é um pouco tão demorado, que me machuca tanto... Quantos anos serão preciso pra esse pouco virar um todo? Somos as pessoas mais burras do mundo: eu por não saber esperar e você por não saber se entregar.

Hoje passei o dia ensaiando coisas pra te falar, coisas que eu sei que você sabe, mas que parece que não entende. Uma dessas coisas é que quando eu disse que era melhor do que ela não foi querendo dizer que a minha pessoa é melhor que a pessoa dela, eu não sou assim. O que eu quis dizer foi que eu sou melhor pra você do que ela, que meus sentimentos por você são incomparáveis com os dela e com os de qualquer outra menina que você possa se relacionar.

Não sou a única aqui com defeito de fábrica. Sabe qual o seu problema? Medo. Tem medo de falar, medo de demonstrar, medo de assumir, medo do que os outros vão falar, medo de admitir, medo de apostar de novo, medo de deixar de curtir com seus amigos. Você é um medroso e devia admitir isso.

Até quando vai ser assim? Porque você não manda às favas todo mundo e tenta de novo? Não é nítido que eu sou completamente apaixonada por você e que o mínimo que pode acontecer é a gente se feliz? Qual parte do ‘você não vai se arrepender’ tu não entendestes?

Antes que o avião decole eu queria que você fizesse cena, que me trancasse em um quarto e não deixasse sair por nada. Queria ouvir da sua boca que também é louco por mim e que todas as vezes que a gente se viu e você agiu como um estranho foi só porque ainda tinha mágoas de mim. Queria que me dissesse que eu não estava louca todas as vezes que olhava pra ti e via teus olhos me chamando. Você cresceu em mim de um jeito que nem eu imaginei, nem tu imaginas. Me dei o prazo de mais dois meses, quem sabe eu consigo?

Passei o dia inteirinho ensaiando a melhor forma de dizer uma frase que faz anos que eu não digo pra nenhum rapaz. Mas não existe jeito certo nem ensaiado pra falar pra outra pessoa que você a ama, e eu te amo. Você merece meu amor, você me merece. Assim como eu te mereço.

E é por eu te amar que eu ainda te espero, que eu ainda tenho fé. Porque fé, quando não se tem, se inventa. Por te amar é que eu ainda acredito na gente, que eu tenho certeza que muita água ainda vai rolar.

Se não quer ficar comigo, fique só. Só. Comigo.

“E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”