terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Certezas

Quando eu tinha uns 10 anos eu pensei que tinha encontrado o amor da minha vida. Pensei não, eu tinha certeza! Vivia escrevendo no caderno e em qualquer lugar possível "PH e MM". Eu era crente que nós iríamos nos casar e sermos felizes para sempre. Meu conceito de felicidade mudou quando eu conheci o "C". Ninguém tem noção do tamanho do meu amor por ele. Era ele, eu tinha certeza. Mandei cartas lindas de amor, falando de saudade e que toda vez que eu olhava para o céu eu pensava nele. A namorada dele também devia pensar muito nele. O mais estranho foi quando conheci o "J" e todas as certezas passadas ficaram inexistentes. Era ele, era o "J". Mais uma vez eu tive certeza. Certeza que durou uma cara, um tempão. Quando a gente acabou eu fiquei arrasada - porque finalmente eu tive um relacionamento concreto. Mais uma vez eu tive a certeza que nunca mais ia amar outra pessoa como o amei. E mais uma vez eu quebrei a cara: não demorou 1 ano e eu já estava linda, leve e solta na pista. "Ninguém segura a Moninha aqui!!!", eu dizia isso, como se fosse um 'macho', um comedor de garotinha tolas e indefesas. Nessa época eu só queria curtir, aproveitar o tempo perdido. Mas acontece que eu conheci o "E", e não deu tempo de ter certeza nenhuma, porque ele fez o favor (eu vejo como tal) de estragar tudo antes do tempo: nosso relacionamento e minha vida. A única certeza mesmo que eu tive sobre o "E" é que ele é um filho da puta que merece todas as dores do mundo. Mais uma vez eu tava na pista, jogada. Não estava mais tão disposta quanto antes, já me sentia cansada, não via graça em qualquer coisa. Fui e voltei de tantos lugares que perdi a conta, e me perdi. Outro "J" entrou na minha vida. Agora, mais madura e mais prudente, eu resolvi não ter certeza nenhuma, não apostar em nada muito além daquilo que vejo. E tá dando certo.
De todas as certezas que eu tive na vida, olhando agora, me parece que a melhor delas foi nunca saber direito o seu conceito. Imagina a minha decepção hoje em dia se não conseguisse acreditar em mais nada só porque alguns babacas que eu conheci foram incompetentes?!... E o pior: tem gente que pára de viver bem por conta de uns e outros, de pessoas que não valem a pena. É triste isso. Muito triste.
A vida não é matemática, por isso não é e nunca vai ser exata. Por mais que a gente calcule passos e planos, nunca vai ser exatamente daquele jeito. A vida é um sopro, não vale a pena ficar parado no meio do nada, esperando o vento a favor chegar. Vento a favor só te leva para o fim, bom mesmo é o vento contrário: ele te faz mais forte.