segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Precisão


Pela primeira vez sinto o que pensei que jamais experimentaria. Pela primeira vez deixo livre o objeto do meu desejo para que volte a mim somente se for para tê-lo comigo. Somente se for para voltar.
Tão controladora. Sempre medi palavras, ascultei respirações para checar se os momentos entre elas indicavam algo que poderia não ser bom (de acordo com o meu ponto de vista, claro). Escarafunchava, pensava, analisava cada ato, vocábulo não proferido—e, inevitavelmente, vivia mais o que jamais aconteceu do que o que efetivamente acontecia. E também, inevitavelmente, sofria. Chorava. Ardia.
Mas cansei de tanto drama. Cansei de tantos lenços de papel, horas ao telefone, soluços abafados e optei pela sinceridade. Simplesmente quis dizer o que disse, sem simulações ou ironias. O resultado é que hoje não mais preciso, assim como de ar, que alguém esteja comigo. Hoje, anseio por alguém que fique comigo porque queira verdadeiramente estar. Porque sinta o impulso de permanecer, sem mais complicações. Porque olhe para mim e me veja.
Troquei a necessidade patológica pelo desejo verdadeiro. Acho, progredi.
Mas não foi fácil. O caminho até aqui foi esburacado. Muita vezes, quebrei o eixo, fiquei largada na estrada achando que pereceria. Mas (outro aprendizado precioso) sempre aparece alguém para ajudar. Às vezes um caminhoneiro. Às vezes um gentleman. Tudo depende do tipo de lição que precisamos aprender.
E sempre precisamos.

Caiu


Moço, maltratar não é direito.
Essa mágoa no meu peito você sabe de onde vem.
Isso é desamor e não tem jeito...

Um amor quando desfeito sempre faz alguém chorar.
Eu chorei. Saudade tá doendo,
e lá vem você querendo outra vez me maltratar...

Um amor só é bom quando é pra dois.Eterno é antes e depois.
Agora não vou mais me enganar!
Não quero mais sofrer, não dá.
Se o teu desejo era me ver,
se deu vontade de saber se estou feliz,
até posso dizer que sim.
O teu reinado acabou,
chegou ao fim.
Eu não nasci pra você,
nem você pra mim.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Dias melhores


Estava pensando. Pensando em você. Pensando em parar. Parar é diferente de desistir. Se tudo na vida tem realmente um motivo e uma razão pré-meditada, espero por esse acontecimento; mas agora de uma maneira diferente: seguindo em frente. Meu erro comigo mesmo foi ter caminhado esse tempo todo olhando para tras, tentando resgatar coisas e pessoas que eu nem sei se me pertece mais. Ainda bem que acordei enquanto tudo está em tempo de ser retomado, ainda bem que não existe nem mágoa, nem rancor e nem ódio. Alívio. Não por te ver como um peso, mas por começar a me enxergar como uma pessoa igual todas as outras.
Quero que esse sentimento - que é tão lindo - fique guardado. Em mim e em você. Eu sei que jamais esqueceremos as coisas boas que fizemos um pelo outro, os momentos importantes que estivemos lado a lado, perseverantes. Eu sei que seremos um do outro pra sempre. E é por saber de tantas coisas boas que nos aconteceram e que sentimos um pelo outro que estou jogando a toalha no chão. Não quero que tudo de lindo que vivemos acabe, que nos esqueçamos o quanto fomos e somos importantes um para o outro. Você ainda é minha luz e eu sei que ainda sou a sua esperança. Talvez esperança de dias melhores. Talvez a luz no final do meu túnel.
Nos completamos porque somos as pessoas mais diferentes do mundo. Se fossemos iguais não teria graça. Hoje sou consciente que esse, talvez, não seja o momento de ficarmos juntos. Isso não me dói. Isso me deixa feliz. Precisamos de outros relacionamentos para termos a certeza do que queremos. E mesmo que nunca mais fiquemos juntos, você foi a minha maior lição e eu fui seu maior aprendizado. A gente nunca vai se esquecer. A gente nunca vai se desligar. As promessas serão cumpridas e, hoje ou daqui 30 anos, a gente vai se reencontrar. E eu ainda vou dizer que te amo. E eu ainda vou ouvir você dizer que eu ainda sou a mulher da sua vida.
Certas coisas a gente não escolhe sentir, mesmo que estejamos muito bem obrigada. Eu escolheria te amar, eu escolheria você; porque eu sei que também seria escolhida. Você é uma das melhores pessoas que eu já conheci, você só quis o meu bem. Eu sou a melhor pessoa que você conheceu, e não há nada no mundo que mude isso.
Minha caminhada agora é sem olhar pra tras, pros velhos erros e acontecimentos. Você vai ficar pra sempre no meu pensamento, no meu celular, no meu computador e em mim. Você me pertence e é por isso que estou fazendo tudo isso: pra você voltar de livre vontade. Pensarei em você todos os dias, todas as horas. E quando você pensar eu sei que vou sentir daqui.
E tudo vai dar certo. Lembra da certeza que eu sempre te falei? Ela não vai morrer com esses dias de espera.
Vou sentir saudade.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Juntinhos


Eu cansei. Não de você. Cansei das opiniões alheias e da cara das pessoas sempre com aquele ar "Ele de novo?". Depois de tantos trancos e barrancos cá estamos nós aqui de novo. Juntos. Sentimentos ligados. Vontade no corpo todinho de ficar pra sempre agarrados. Quantas vezes você já me ouviu falar que o que os outros pensam é problema deles? Zilhares. Mas só hoje, só agora pra ser mais exata, sei do que você estava falando o tempo todo. A gente tem sim (e muita) explicação para dar pras pessoas: amigos, familiares, conhecidos... Afinal, foram/são essas pessoas que sempre estiveram ao nosso lado quando tinhamos certeza que as molas do nosso poço tinha enferrujado. Aì elas chegaram até lá, até o fundo com a gente e limparam, cuidadosamente, toda aquela sujeira, todas as mágoas, todas as lágrimas... E como é que a gente vai dizer que iremos estar um com o outro novamente? Até que ponto seremos fortes para sustentar essa vontade? Devemos explicações, devemos baixar a cabeça, ser mais humildes do que de costume... Só para tentar se ajeitar. Nada mais harmonico que isso, heim? Já pensou: eu, você, nós, eles, elas, todos...? É tudo o que sempre quisemos.
Apesar dos pesares (que não foram poucos), sei que essas pessoas uma hora ou outra nos entenderão. Nada será igual porque se assim o fosse não teria o porque de estarmos juntos novamente. Vai ser tudo diferente, vai ser tudo do jeito que sempre quisemos. Aí sim: culpa tua e minha. Culpa boa. A culpa da qual sempre quisemos ser apontados.
Um ali ou acolá sairá ferido. Paciência. Não somos perfeitos e sei que, se pudessemos, não magoariamos ninguém. Nada é por acaso e nem precisa ter razão, talvez essas pessoas também possam pensar assim um dia. Possam nos perdoar. Não temos culpa de não conseguirmos viver um sem o outro. Você me completa e eu te completo. Podemos viver um sem o outro, mas chegamos a conclusão - depois de tanto tempo - que não é assim que queremos viver. O que eu preciso de ti eu já tenho, o que eu posso te ofertar tu já sabes. Se assim tu me amas e assim eu te aceito, que Deus nos abençoe e sigamos nossa vida. Em paz. Te amo!


-> Sem alardes, por favor! Esse texto eu escrevi em 2003.

Em frente


Eu sempre aprendi que quando a gente quer alguma coisa, a gente corre atrás. Sempre me considerei uma pessoa de sorte, mas a sorte privilegia a mente preparada. Descobri, na marra, que as pessoas não são do jeito que a gente pensa que elas são. Percebi que se a gente idealiza muito alguém, ao invés de conhecer a pessoa de verdade, ela nunca será suficiente. Tentei dar conta de tudo sozinha, mas concluí que, no final, vale mais a pena o bem estar. Reparei que quando uma pessoa gosta de você ela te procura, manda mensagem, liga... Sempre soube que tudo o que a gente faz tem uma conseqüência, e é por isso que eu sempre procuro só fazer coisas boas. Sei que podem me tirar quase tudo nessa vida, mas jamais poderão tirar meu conhecimento. E será ele que me fará ter tudo novamente. A cada época a nossa mente muda muito, a única coisa que sempre permanece são os princípios. Sempre! Por fim, eu percebi que está na hora de eu começar a seguir meus próprios conselhos. (E que DEUS me ajude!!!)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pingo


"Deixe em paz meu coração

Que ele é um pote até aqui de mágoa

E qualquer desatenção, faça não

Pode ser a gota d'água

Pode ser a gota d'água

Pode ser a gota d'água"


Chico Buarque

Mais falta


Eu me olho, me leio e percebo o quanto eu sou compulsiva, o quanto eu atropelo palavras e pensamentos. Mas hoje eu não quero falar sobre mim. Só quero falar da saudade que invadiu meu refúgio, e me fez ver o quanto eu sou pequena diante do amontoado de sentimentos que me rodeiam. Pras coisas e pessoas que o tempo não me trará de volta, permanece aqui eternas saudades. Para tudo o que está demasiadamente perto e ao mesmo tempo longe, fica aqui meu peito à espreita, desejando incessantemente que o tempo seja gentil.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Feridas


Eu sei o que te dói. E usando de toda a minha bondade e respeito para com o próximo, prometo que não cutucarei sua ferida, mesmo tendo sido você que me fez perder noites a fio sem dormir por medo. Não se adiante, talvez eu nem esteja me referindo a você.
Mais uma vez me vieram os dias. Mais uma vez eu aprendi uma légua de coisas que não tinha certeza. Sobre mim mesmo, principalmente. As certezas aqui dentro deram um basta da minha hipocrisia pessoal, mandou tudo às favas e decidiu que não é bem assim que a banda deve tocar. As coisas têm de ir no meu ritmo. Quem manda na minha vida sou eu e se, por acaso, quiseres fazer parte dela, siga meus passos.
O desejo esteve aqui o tempo inteiro. Viu como foi fácil ceder um pouco e entender o meu lado? Nada é mais complicado do que nosso próprio entendimento, e ele nos coloca pra baixo centenas de vezes. Mas quem se importa? Quando as coisas são pra acontecer elas acontecem: seja dentro de um onibus, seja na porta de casa, numa pousada ou numa praia. As coisas simplesmente se encaixam. E se não se colocam em seus devidos lugares de uma vez só, é porque o amigo Tempo precisa ter algumas certezas. Certezas que dentro de nós já uivam e que pedem que por favor deixamo-nas sair.
As portas do meu coração estão abertas. Pra você, pra ele, pra ela, pra eles... O que mais me alegrou foi a saudade que eu não senti, a necessidade que eu não tive de ti. O nome disso? CERTEZA! Você foi? Você volta! Assim como as borboletas do meu jardim, que já não há mais lugar para tantos clichês. Mas e daí? A vida é assim mesmo.
Se ainda estou aqui calma, esperando alguma luz, é porque meu coração me diz pra esperar. E quem espera não se cansa, porque cansaço ficou pros fracos. Fraqueza aqui é bem ali assim. Meu litoral é mais extenso do que pensas. E agora pode nada está fazendo sentido, mas eu sei bem aonde minha estrada está me levando.
E ainda sobre suas feridas: um dia elas sararão. Teu remédio não é ele. Teu remédio sou eu. E isso pode até parecer meio gay. Mas e daí? Ninguém sabe ao certo pra quem são esse montueiro de palavras. Talvez seja pra você amor, ou pra você titia, ou pra você coleguinha. Ou pra ninguém. Eu tenho posto pra fora coisas que queria que eu mesma entendesse. Talvez lendo eu deixe o tico e o teco trabalharem e passe a compreender melhor certas coisas/ocasiões/relações/afeições.